sábado, 29 de novembro de 2014

Epidemias e pandemias



Ébola e Obama
por Peter Koenig, in "The Vineyard of the Saker"

Em outro campo, aparentemente sem relação com o que se discutiu acima, está emergindo fenômeno novo. Desde o início parece nada ter a ver com a disputa ente leste e oeste pelo poder econômico. Mas absolutamente não é fenômeno não conectado à fracassada economia ocidental.

Fala aqui da ameaça de pandemias mortais que parecem emergir todas ao mesmo tempo – e todas sob o controle da ONU e de seu braço especializado, a Organização Mundial da Saúde (OMS), constituída, assistida e aconselhada por várias empresas fabricantes de medicamentos, cuja atividade dentro da OMS é também ignorada pela opinião pública mundial. Quase todas as epidemias, potencialmente pandêmicas, começaram na África, onde estão hoje cerca de 60% dos recursos naturais não renováveis do planeta – recursos que são empenhadamente buscados, para o próprio conforto e bem-estar, pelas elites que governam os hemisférios ocidental e norte.

O ebola reapareceu há alguns meses na África Ocidental – Libéria, Sierra Leone, Guiné e, na sequência, disseminou-se para o Mali e a Nigéria. Ebola não é doença nova. Desde os anos setenta há casos observados e registrados na África Central, ex-Zaire. A OMS conhece antídotos e vacinas. Mas o Departamento de Defesa dos EUA – o qual, por falar dele, mantém um programa de pesquisas de armas para guerra biológica – contratou um laboratório canadense há dois anos, para testar e desenvolver uma vacina contra o ebola, em hospitais especialmente construídos para esse fim na Libéria e em Sierra Leone. Desde o início do novo surto de ebola em julho de 2014, já teriam morrido mais de 5 mil pessoas, segundo a OMS.

Há alguns dias, circulou a notícia, distribuída pela OMS, de outra epidemia, em Madagascar, que já provocara 40 mortes desde agosto de 2014. – A peste bubônica, também chamada Peste Negra, era considerada extinta, depois de ter dizimado 1/3 da população da Europa no século XIV, embora haja notícia de uma forma menos virulenta da doença, que continuaria a existir até hoje. A última notícia de epidemia é de 1904, quando morreram cerca de 3% da população de Bombaim, em momento em que ainda não havia antídotos. A versão que se encontra hoje pode, ao que se sabe, ser combatida bem facilmente com antibióticos e pesticidas. Assim sendo, por que continuaria a matar pessoas em Madagascar? E por que as notícias só apareceram agora?

Há algumas semanas, o vírus da febre aviária, o mortal H5N1, foi novamente encontrado nos Países Baixos, na Alemanha e no Reino Unido. De sete casos recentemente notificados dessa febre aviária no Egito, dois doentes morreram. Em 2009, graças a um falso alarme distribuído pela OMS, a Europa comprou centenas de milhares de doses de vacina anti-H5N1 – o que foi como ganhar na loteria para as gigantes da indústria farmacêutica – escândalo que maculou profundamente a imagem da OMS. Em alguns países, dentre os quais a Suíça, pessoas que não manifestavam qualquer sintoma de resfriado foram praticamente forçadas a vacinar-se. [1]

A epidemia de AIDS (em português SIDA, Síndrome Da Imunodeficiência Adquirida), doença causada pelo vírus HIV – também criado como experimento do Pentágono para a guerra biológica – eclodiu nos anos 1980s, também na África, de onde se teria disseminado para o Haiti, de onde teria sido “importada” para os EUA e para o resto do mundo. Hoje, embora permaneça incurável, a doença já pode ser controlada. Mas uma nova cepa do mesmo vírus sempre poderá ser facilmente criada, para tornar impotentes as drogas que se usam hoje.

Tudo isso obriga a pensar em esforço organizado e concentrado, pela elite do poder, para

(I) manter paralisadas as populações; e justificar a aplicação de leis marciais (e na maioria das vezes de lei-zero) para sufocar quaisquer levantes potenciais, por exemplo contra uma nova onda de assalto/roubo organizado pela ganância da predatória elite econômica ocidental; e (II) para ajudar a gradualmente reduzir a população mundial – alvo que a elite ocidental busca alcançar desde o final da IIª Guerra Mundial – e também um dos objetivos chaves do Grupo Bilderberg, como já se ouviu anunciado por várias figuras do poder como, dentre outras, Bill Gates e, várias vezes, também por Henry Kissinger, muito provavelmente o pior criminoso de guerra ainda vivo no mundo.

Alguns doentes podem ser facilmente postos sob quarentena por Ordem Executiva assinada pelo presidente, sob o pretexto de que a quarentena dos doentes protegeria a população em geral – e aquelas pessoas podem receber vacinas e antídotos desenvolvidos clandestinamente como parte do programa de guerra biológica – para proteger a elite – com outros medicamentos destinados ao público em grande escala, provavelmente já distribuídos junto com a própria doença que se supõem que devessem evitar. Uma vez que Washington dê a ordem, por exemplo, de vacinação obrigatória, ou de lei marcial – os lacaios europeus simplesmente obedecerão; é modo fácil para manter as populações sob controle, ao mesmo tempo que o sistema financeiro ocidental corre para o seu objetivo final: depredar, pôr abaixo, reduzir a ruínas o que reste das redes de proteção social, de saúde pública e as poupanças públicas. (...)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Indústria farmacêutica: superlucros criminosos



Por Michael Voss

Peter C. Gøtzsche, no livro “Deadly medicines and organised crime”, apresenta uma longa e bem documentada acusação contra a indústria farmacêutica (Big Pharma)

Na Dinamarca, a despesa em medicamentos e em hospitais públicos duplicou em apenas sete anos e as previsões apontam que as autoridades sanitárias deverão destinar a esta rubrica 1.100 milhões de euros. Evidentemente, este dado provocou debates entre os profissionais dos hospitais, os políticos, os jornalistas e os académicos do setor. Desafortunadamente, trata-se de um debate equivocado: pode a sociedade permitir medicamentos tão caros que apenas servem para prolongar a vida de pessoas com doenças graves durante uns meses ou talvez um ano?

Como exemplo dos medicamentos caros, num recente artigo de imprensa foram citados os seguintes: - Zytica, para o tratamento do cancro da próstata; - Yervoy do tratamento de cancro de melanoma; - Gileneva, para o tratamento da esclerose.

Se a jornalista se tivesse preocupado em investigar um pouco, teria comprovado que estes três fármacos são produzidos por JanssenBiotech (antigamente Johnson & Johnson), Bristol-Myers Squibb e Novartis. Esta informação teria dado uma pista de onde se encontra o verdadeiro problema. As três grandes empresas farmacêuticas que citámos encontram-se entre as infames citadas num livro publicado no ano passado na Dinamarca: “Deadly medicina and organised crime” (Medicamentos que matam e crime organizado). O livro foi escrito por um reconhecido professor dinamarquês, Peter C. Gøtzsche, que ao longo de 450 páginas apresenta uma longa e bem documentada acusação contra a indústria farmacêutica (Big Pharma) por fraude, corrupção, lucros ultra exagerados e distribuição de medicamentos mortais.

Entre as suas acusações, encontram-se as seguintes:

- Que um desmesurado número de pessoas morre por causa dos medicamentos.

- Que a Big Pharma comercializa, com conhecimento de causa, medicamentos sem efeitos positivos nas doenças dos pacientes.

- Que a indústria farmacêutica retém e manipula dados com o fim de ocultar sérios efeitos secundários.

- Que a indústria paga (suborna) investigadores para aconselhar os seus produtos, e paga a médicos para comercializar e distribuir os produtos aos seus doentes.

- Que a Big Pharma tem sentenças reiteradas que a obrigam a pagar milhões de euros em multas por causa da comercialização de produtos perigosos ou medicamentos sem qualquer efeito mas que, com frequência, negoceia acordos extrajudiciais para evitar sentenças que a obrigariam a dar informação detalhada dos medicamentos.

- Que há Investigadores académicos e autoridades públicas que assessoram a indústria farmacêutica para que substitua medicamentos relativamente baratos por outros mais caros e com o mesmo resultado. - Que a indústria atribui mais fundos para a comercialização do que para a investigação, ao mesmo tempo que tenta legitimar as suas patentes de monopólio com os altos custos de investigação.

Todo isso está baseado em documentos provenientes da indústria farmacêutica mundial. Vários dos exemplos incluem a Bristol Myers Squibb e a Novartis.

Entre as suas conclusões Gøtzsche assinala: "Em 2012 cinquenta grandes empresas venderam 610 mil milhões de dólares em medicamentes prescritos. Estou absolutamente convencido que esta quantidade podia ser reduzida em 95% (isto é, em 580 mil milhões de dólares), porque o nosso medicamento mais comum é 20 vezes mais caro que o alternativo com o mesmo efeito e porque a cidadania esta 'sobremedicada'”.

Por conseguinte, pode acontecer que a solução para a saúde pública dinamarquesa não seja negar às e aos pacientes o tratamento que precisam, mas rever os métodos e lucros da indústria farmacêutica privada e começasse a pôr limites ao seu poder e ao seu lucro. Inclusive para isto, o professor Gøtzsche apresenta algumas pistas. Um capítulo inteiro é dedicado a soluções políticas para este problema.

No nível mais básico, sugere que as autoridades poderiam perseguir a criminalidade da Big Pharma com a mesma energia com que atacam a criminalidade comum e que poderiam proteger os delatores que pudessem existir na própria indústria e compensá-los no caso de perderem o emprego. E avançar para medidas mais radicais, Gøtzsche propõe as seguintes:

- Obrigar às empresas a tornar públicos os dados de investigação e outro tipo de conhecimentos sobre os seus medicamentos;

- Obrigar as empresas a publicar todos os seus contratos;

- Proibir as empresas médicas privadas de realizarem as suas próprias investigações; em seu lugar, deveriam pagar um imposto especial para financiar a investigação pública.

Finalmente, o livro analisa o núcleo do problema e as soluções reais. A primeira é desmedicalizar a sociedade. A segunda, proibir a propriedade privada das empresas médicas e substitui-las por empresa públicas sem fins lucrativos: “Deixar que as forças do mercado determinem as regras não favorece as necessidades das e dos pacientes, e é incompatível com uma profissão baseada na ética. O objetivo do lucro não produz benefícios sociais”.

Em Esquerda.net

sábado, 22 de novembro de 2014

As lamentações do ministro



O ministro da Saúde, ou melhor, o comissário para a liquidação do SNS, classificou de “lamentável” a greve nacional dos enfermeiros que, neste segundo dia, teve uma adesão superior, 80% contra 70% do primeiro dia (14 de Novembro), salientando a ideia da “banalização da greve” como se esta não tivesse razão de ser e não fosse a resposta à banalização das medidas de austeridade lançadas contra a classe dos enfermeiros. Esta demagogia, difundida amplamente pelos órgãos de informação corporativos do regime, engloba o “combate” travado pelo governo contra o surto de pneumonia por legionella, como se também o governo não fosse, em última estância, o primeiro responsável pelo considerado terceiro surto mais grave a nível mundial daquela doença infecto-contagiosa, combate que teria sido prejudicado pela greve dos enfermeiros. O surto epidémico foi mais um pretexto para atacar a greve dos enfermeiros e para auto-desculpabilização do não atendimento das reivindicações, mais que sentidas e justas, dos enfermeiros.

A revogação da medida que levou ao aumento do horário das 35 horas para as 40 horas semanais não é – nas palavras do ministro das lamentações – da competência do ministério da Saúde, mas por esta lógica, atendendo à posição de indiferença ministerial, pouco ou nada das questões apresentadas no caderno reivindicativo apresentado pelos sindicatos será da competência do ministério. A arrogância é indisfarçável apesar dos factos ocorridos ultimamente que implicam altos quadros da administração pública de nomeação governamental, e até o próprio ministro da Administração Interna que foi obrigado a demitir-se, no maior caso de corrupção visto até agora em Portugal (os Vistos Gold tão queridos ao vice-primeiro-ministro).

O governo mais corrupto que o país teve depois do 25 de Abril, e até antes do 25 de Abril, e que se vai desfazendo aos poucos ainda tem força para mostrar os dentes pela simples razão de que os partidos da oposição e as lutas travadas pelos trabalhadores são demasiado complacentes. A culpa da sobrevivência deste odiado governo não deve ser atribuída unicamente à múmia que se encontra instalada no Palácio de Belém. Nós também somos responsáveis, porque conciliamos e não nos dispomos a travar um combate prolongado e tenaz até extirpar a causa dos nossos problemas.

Não podemos ter ilusões quanto a este governo venha a satisfazer a menor das nossas reivindicações e, ainda por cima, com os sindicatos em teimar ir beber chá ao nº 9 da Avenida João Crisóstomo, em Lisboa, como no tempo da anterior ministra do governo PS. É continuar a enganar a classe quanto a alguma hipotética virtualidade do governo. E, mais, os sindicatos acabarão por dar razão ao ministro das lamentações porque greves de dois dias, um em cada semana, serão completamente ineficazes.

Este governo só tem atacado os direitos dos trabalhadores, a sua política é cortar, cortar e cortar ainda mais salários e reformas, é aumentar os impostos e, agora, como está previsto no Orçamento de 2015, despedir sob a falsa capa da “requalificação profissional”; desemprego que – quem diria! – atingirá os próprios médicos, classe tida tradicionalmente como privilegiada. Gostaríamos de perguntar aos sindicatos o que de bom o governo PSD/CDS-PP deu aos trabalhadores e, em particular, aos enfermeiros? Que saibamos, NADA!

Este governo não vai lá com panos quentes e só conhece uma linguagem: luta dura e prolongada, onde se inclui a greve geral pelo tempo e pelas vezes necessárias até ao seu derrube. Tudo o mais será andar a entreter, o que, diga-se de passagem, o governo agradece, porque entretanto vai lançando mais austeridade.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Trabalhar por turnos envelhece o cérebro mais depressa



DL 62/79: OE/2015 continua a cortar em 50% as Horas de Qualidade e Extraordinárias. Governo mentiu!Min. Saúde vai rever Suplementos Remuneratórios dos Profissionais até Dez/2014. ( Documento da Greve dos Enfermeiros em 14 e 21 de Novembro )

De acordo com o estudo publicado na revista norte-americana "Esquire", e conhecido esta quarta-feira, alterar os turnos de forma irregular e desregrada pode levar a danos da função cerebral, não só em termos de memória, mas também de rapidez de raciocínio.

O estudo, que também incluiu investigadores de outras universidades europeias, observou, durante 15 anos, cerca de 3000 pessoas que trabalhavam por turnos e que tinham passado por uma rotatividade acentuada de horários. Entre estes trabalhadores, 1197 tinham feito por ano 50 turnos diferentes durante uma década, tendo sido analisada a sua capacidade cognitiva depois de se terem reformado, em 1996, 2001 e 2006.

Foram comparados com outros profissionais com horários regulares e que se reformaram nos mesmos anos.

Os que tinham trabalhado por turnos rotativos apresentavam problemas de memória, de processamento rápido de informação e de deterioração geral das capacidades cognitivas, quanto comparados com os trabalhadores que tinham os horários regulares.

Mas o estudo revela ainda que é possível recuperar as capacidades cognitivas quando for interrompido o trabalho por turnos, embora possam ser necessários cerca de cinco anos.

Nas conclusões do estudo, os investigadores salientam que não é somente a saúde daqueles profissionais que está em causa, mas também a das pessoas com quem lidam.

Este não é o primeiro estudo do género a demonstrar que a rotação de turnos provoca danos na saúde, pesquisas anteriores revelaram que este tipo de rotação irregular leva a níveis mais baixos de serotonina, assim como uma probabilidade elevada de diabetes tipo 2, ataques cardíacos e úlceras.

No entanto, os investigadores são cautelosos em não apontar somente um fator para esta causa, considerando que há dois grandes "suspeitos": a interrupção do relógio interno do corpo e a privação da vitamina D proveniente do sol.

Os efeitos dos padrões de sono perturbado são mais fáceis de perceber, já que o relógio interno, que regula o sono e o apetite, mantém o cérebro em modo de tensão constante. Quando alguém trabalha no turno da noite e depois tem de enfrentar de forma alternada o turno da manhã, sente-se sonolento quando está a trabalhar e ativo quando deveria estar a dormir.

Segundo um estudo mais antigo referido no site "Science Daily", os trabalhadores de turnos noturnos e diurnos, dormem tipicamente menos uma a quatro horas do que a média. Alguns efeitos da privação do sono são imediatamente sentidos: sonolência, raiva, depressão, ansiedade, diminuição do desejo sexual, esquecimento e abrandamento de reflexos.

Em JN